Ver um ator como Sérgio Mamberti em cena é algo que faz com que qualquer plateia se sinta encantada com esta forma de Arte. Para além da qualidade da peça, sua atuação nos envolve, faz com que fiquemos entre a admiração de ver alguém com seu histórico de ator e as angústias vividas pelo personagem.
O programa da peça faz sua descrição neste texto: “Um pequeno acidente de trânsito nas ruas de Nova York, que quase resultou num atropelamento, acaba provocando a aproximação entre o Sr. Green, um velho e solitário judeu ortodoxo, e Ross Gardner, um jovem executivo de 29 anos, que foi acusado de negligência na direção. O juiz Kruger decide que a pena consiste em prestar serviço comunitário junto à vítima uma vez por semana, pelos próximos seis meses. A partir disso, a ação se passa no velho apartamento de Sr. Green e revela pouco a pouco a personalidade e a história de cada um.”
A atualidade da peça se evidencia tanto pelo fato de a intolerância continuar sendo motivo de conflitos permanentes em todo o mundo, como por vivermos o preconceito relativo ao homossexualismo ou a pouca inclusão de velhos na nossa sociedade. A solidão perpassa as histórias, que se cruzam na necessidade de cada um encontrar alguém que possa estabelecer pontes, o que só será possível pelo afeto construído neste convívio obrigatório.
Os dois atores emocionam, os elementos da cena compõem com a atuação, com a proposta, com a concepção. Ninguém rouba a cena! Mesmo Sérgio Mamberti, que poderia roubar, divide, compartilha, demonstra sua generosidade com o público e com a equipe.
Ficha técnica:
Autor: Jeff Baron
Tradutora: Rachel Ripani
Direção: Cassio Scapin
Assistente de direção: Ando Camargo
Elenco: Sergio Mamberti e Ricardo Gelli
Cenário: Chris Aizner
Figurino: Fabio Namatame
Luz: Wagner Freire
Trilha sonora: Daniel Maia
Direção de produção: Carlos Mamberti
Patrocínio: Porto Seguro
Vi este espetáculo no SESC Jundiaí, não encontrei referências sobre onde e quando estarão em cartaz, mas vale a pena ficar de olho!