Qual a escolha que faço?

Quando vamos montar uma peça de teatro precisamos fazer várias escolhas.

Sobre o que queremos falar?

Vamos escolher uma peça pronta ou criar?

Como vamos criar o espetáculo?

Para quem será apresentado?

Como será o cenário, o figurino, a iluminação, a sonoplastia?

São muitas as perguntas que vamos respondendo conforme fazemos escolhas e as escolhas feitas podem ser feitas por muitos motivos, desde razões práticas, como por exemplo a verba disponível para elaboração dos elementos da cena ou o espaço disponível para a apresentação, como escolhas estéticas.

Um grupo de teatro pode existir, independentemente da montagem que fará e a montagem ser resultado de um processo de vivências criativas, mas também pode existir com o objetivo de montar um espetáculo pré-definido, seja pela direção, seja por parte do elenco.

A forma de apresentar, quando decorrente de uma concepção estética estará embasada em visões sobre o sentido do teatro, sobre um determinado entendimento de sua relação com a plateia ou uma visão de qual deve ser o processo de criação do personagem.

A estética teatral resultante de todas estas escolhas pode ser clara, pode ser o que guia as escolhas feitas, mas também pode ser um pouco misturada, já que a definição de todos os aspectos poderá estar pautada não em uma escolha prévia, com uma linha bem delimitada, mas como resultado de diferentes escolhas, que encontram uma coerência para esta obra, podendo carregar um certo hibridismo.

Seja qual for seu percurso, uma coisa é certa: é sempre bom conhecer o que você está escolhendo e não correr o risco de apresentar um espetáculo que diga coisas que você não gostaria de dizer, mas que ignora o sentido e por isso acaba se expressando de maneira contrária ao que você mesma acredita.

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