O formato do teatro de arena é possivelmente a estrutura mais antiga que conhecemos na história do teatro ocidental.
Na Grécia Antiga, as arenas não se destinavam apenas a representações teatrais, mas acolhiam outras formas de diversão social, como os jogos de gladiadores.
Tais teatros, além de serem conhecidos por sua importância histórica, possuem um formato bastante específico e vale a pena conhecê-lo um pouco mais, já que ele propõe um determinado tipo de encenação que se diferencia do Palco Italiano em variados aspectos. Para quem não sabe o que é um Palco Italiano, aqui vai uma explicação brevíssima: é o teatro no qual o palco fica de um lado e a plateia do outro, sendo que a abertura do palco fica em apenas um dos lados, o que faz com que ator e espectador fiquem frente a frente.
O que mais me interessa no formato do Teatro de Arena é exatamente a relação que ele propicia entre a encenação e a plateia, já que esta fica em volta de toda a cena — ou praticamente toda —, como pode ser visto na imagem abaixo.
O fato de ter plateia em diferentes direções, propõe para a cena uma elaboração que inclui todo o corpo do ator, além de um possível diálogo com os espectadores, mesmo que seja apenas pelo olhar.
A concepção da cena deve levar em conta esta característica e a movimentação dos atores precisa ter em mente a diversidade de pontos de vista, mesmo quando a arena não é de 360 graus.
Ao pensarmos no trabalho com alunos, neste formato de cena, com toda certeza rompemos com a ideia de que o que importa é a frente do corpo ou a fala. A cena na arena precisa incorporar o todo do ator, sua presença total, o que a torna um ótimo instrumento para explorar a importância de estar com o corpo todo enquanto atuamos.