A máscara é um elemento presente no teatro desde tempos longínquos! No “Dicionário do Teatro Brasileiro” (SESCSP e Ed. Perspectiva) encontramos a seguinte definição: É aquilo que encobre o rosto, o corpo, ou partes do rosto e do corpo. Transforma o mascarado em outro ser, tornando-o um arquétipo. Representa uma ideia, um tipo ou os anseios de uma comunidade ou de indivíduos. Está presente em todas as culturas, utilizada em rituais ou festas populares. Marca o início do teatro.”
Algo que identificamos em todas as culturas, desde quase sempre, certamente é algo para ser observado com mais atenção. Por que será que a confecção de máscaras é tão significativa para a humanidade?
Certamente podemos responder esta pergunta com considerações psicológicas, sociológicas ou circunscrita no campo da cena, mas o fato é que a confecção de uma máscara é algo que pode solicitar de quem a faz diferentes questionamentos sobre o que ele pretende representar, sobre como representar, sobre quais materiais utilizar.
A máscara pode ser escolhida em uma cena como forma de uniformizar um grupo. Os coros no Teatro Grego faziam uso de máscaras que davam esta unidade, tendo a função de estilizar ou caricaturizar o rosto. No post no qual comento sobre a peça “A trágica história de Édipo Rei” (em http://teatronasaladeaula.com.br/a-tragica-historia-do-rei-edipo/) é possível ver imagens das máscaras utilizadas nesta representação atual deste texto de Sófocles.
Na Comédia dell’Arte as máscaras definem as características de cada um dos personagens, o que permite que possamos identificar o personagem pela máscara.
Ao escolhermos o trabalho com máscaras em sala de aula é importante definirmos com precisão qual será sua função, pois poderemos lançar mão de uma máscara para padronizar e esconder o rosto e as expressões de todos, mas também podemos utilizar este elemento cênico como uma maneira de potencializar emoções e características da personagem.
Vale sempre lembrar que a construção de uma máscara poderá ser um processo potente, seja de conhecimento de si ou do personagem que cada um irá representar.