Na última postagem falei sobre o trabalho de atuação no qual podemos ver a lua apontada pelo ator ou atriz e a postagem de hoje complementa a anterior. De lá para cá fui assistir a peça “História sem fim” dirigida por Carla Candiotto.
Acompanho o trabalho da Carla há muitos anos, tanto na Cia. Le Plat du Jour, como, ultimamente em diferentes montagens, incluindo a direção da companhia de teatro de Jundiaí. Digo isso porque tenho sempre alta expectativa quando vou a uma peça dirigida por ela e em geral, minhas expectativas são atendidas.
Dessa vez, foram superadas. Preciso de um outro post para falar de toda a montagem, mas neste quero falar de um aspecto específico, do momento no qual dois personagens estão jogando uma luz imaginária um para o outro e jogam essa mesma luz para a plateia.
A cena é linda, porque a luz simboliza a fantasia, porque ver em cena um objeto imaginário que conseguimos ver é sempre mágico, porque o recurso dessa luz se acender nos dedos dos personagens, de lá para cá é um recurso simples, mas supereficiente, que traz toda a magia que o momento pede, mas o mais lindo é o que acontece quando essa luz é jogada para a plateia.
Eu, adulta, que trabalha com teatro, estava envolvida, mas sempre com a deformação profissional que me acompanha, de pensar sobre o que estou vendo. Claro que achei linda toda a cena, mas quando essa luz imaginária foi jogada para a plateia, todas as crianças levantaram o braço para pegar! Chorei de emoção!
Em minutos, uma plateia lotada, que gritava “começa, começa” quando ainda faltavam 5 minutos para o horário da peça, uma plateia de crianças e adolescentes de escolas, unidos pela excitação de estarem fora da escola juntos, em minutos estavam dentro da fantasia, viram a luz, queriam pegá-la também, entraram dentro da história.
Publico esse post na aba “Por que ensinar teatro” e tenho certeza que esse é um dos principais motivos: acordar a fantasia, despertar o imaginário, podermos viver aquilo que não está em nossa realidade.
A imagem deste post está publicada no instagram da diretora @carlacandiotto