O título deste post nos remete ao filme homônimo, estreado recentemente, mas já filmado outras três vezes, do qual eu assisti apenas a versão de 1976 e os 40 anos que me separam deste feito, me impedem de lembrar algo significativo sobre a trama. Mas gosto do título!
No teatro a ideia de uma estrela em cena é recorrente. Ser uma estrela, ser famosa, ter destaque em uma montagem teatral, dar autógrafos. Glamour mais associado ao cinema, porém presente não apenas na história recente do teatro, mas no imaginário de muitos aspirantes a esta profissão.
Vale a pena pensarmos o motivo deste desejo, para além da obsessão pelo sucesso, da nossa sociedade atual.
A perspectiva de ser uma estrela que brilha mais do que as demais em cena, está fundada em uma visão do trabalho de ator no qual o desenvolvimento pessoal é o caminho para o próprio aperfeiçoamento, onde cada um precisa trabalhar seu corpo, sua voz, sua capacidade expressiva. Uma sequência de “eus” sob o foco. Evidentemente, somos únicos nesta vida e há sempre um caminho pessoal que vamos traçando, mas o trabalho teatral é essencialmente um trabalho de grupo.
No caso específico do teatro-educação, para o qual este blog se dedica, estamos sempre falando de grupo e desta forma pouco nos serve a perspectiva de uma estrela, de alguém que se destaca, de alguém que será o primeiro ator ou a primeira atriz, ainda que esta denominação não seja dada.
Trabalhar a criação coletiva é, certamente, o percurso de maior aprendizagem, seja para as possibilidades expressivas, seja para a vivência da troca, do ser junto, do compartilhar. Não há dúvida de que existem saberes e práticas conceituais do campo do teatro importantes de serem aprendidas, mas serão mais significativas quando este aprendizado reafirmar o respeito ao humano de cada um e dos grupos com os quais convivemos.