O silêncio na cena

Ao pensarmos em uma cena teatral é comum imaginarmos que será permeada pela fala dos personagens, é possível que também nos venha à mente a possibilidade de momentos nos quais a música predomine, mas é pouco comum no nosso imaginário situações nas quais o silêncio tome conta da cena.

Obra de Oswaldo Goeldi, disponível em https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2011/04/110412_goeldi_exposicao_londres_fn.shtml

O silêncio é algo pouco frequente não apenas no teatro. No nosso cotidiano somos rodeados de sons e para algumas pessoas o silêncio causa incomodo. Existe até uma frase popular que diz: “Este silêncio ensurdecedor!”. Evidentemente esta frase se refere a dificuldade de estar em uma situação de silêncio, que pode causar um desconforto por inúmeras razões.

Imaginemos uma situação hipotética na qual alguém espera a resposta sobre uma possível doença, ou o momento que antecede a confirmação de que um ente querido está na lista de um acidente fatal. Podemos pensar também em situações menos trágicas, porém intensas, como uma pessoa apaixonada que aguarda a resposta sobre o pedido de casamento, ou um filho que espera a permissão de sua mãe para ir ou não a uma viagem com amigos.

Nestas situações, o silêncio é nosso cúmplice para gerar tensão e expectativa, elementos que fazem parte de muitas cenas teatrais.

O silêncio também poderá ser utilizado como forma de deixar um sentimento ressoando. Há momentos nos quais a fala não consegue exprimir esse eco interior e fazer uso do silêncio é um ótimo recurso teatral para gerar esse efeito.

É importante ressaltarmos que o silêncio sonoro não significa necessariamente a ausência de gestos e de expressões. Muitas ações dramáticas podem ganhar sentido e destaque em uma cena silenciosa. Vale a pena experimentar!

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