Palcos de Todos Nós

por Caroline Ungaro – série TEATRO: HISTÓRIA ATRAVÉS DOS PALCOS DA CIDADE

 

Jundiaí é uma cidade que cada vez mais investe em arte e cultura. Não apenas o poder público, mas também a sociedade civil (cada um de nós) e a classe artística se organizam para que a cidade seja mais artística e cultural. Esse movimento não é de hoje. Assim como os palcos foram se transformando ao longo da história, os nossos palcos, aqui da nossa cidade, também estão em constante transformação. 

 

Desde os anos 1990, a classe artística da cidade tem se organizado para trabalhar junto à prefeitura para a criação de políticas públicas culturais, para a fiscalização e cobrança de melhorias. Esse movimento civil levou à criação do Conselho Municipal de Cultura, que mais tarde se tornou o Conselho Municipal de Políticas Culturais (CMPC) e que hoje está criando, junto à Unidade de Gestão de Cultura (UGC), o Plano Municipal de Cultura. 

 

Em mais de 30 anos, muitas histórias podem ser contadas, todas com numerosos protagonistas e infinitos coadjuvantes. Neste artigo, vou tratar da história dos nossos palcos públicos, presentes em espaços municipais de uso comum, na forma de uma linha do tempo, que se inicia com o primeiro palco público municipal e que segue até os dias de hoje: 

 

1953: O Parque Comendador Antônio Carbonari foi inaugurado. Em um dos pavilhões há um grande palco, em estilo semi-arena. Na parte externa do parque há dois coretos (palcos estilo arena). Esses palcos recebem apresentações nas feiras,  exposições, eventos e na tradicional Festa da Uva. 

 

1981: A Sala Glória Rocha, que tem estrutura de semi-arena, plateia de 334 lugares, foi inaugurada em 28 de março dentro do Centro das Artes. Fechada desde 2013, aguarda reinauguração agora em 2023. Esse palco mora na minha história, pois nele assisti a uma peça de teatro pela primeira vez, por volta de 1989 e, em 1996, aconteceu a minha estreia como atriz. A Sala Glória Rocha foi o principal palco municipal até 1996. 

1982: O Museu Histórico e Cultural de Jundiaí passou a habitar o casarão na Rua Barão de Jundiaí e dentro dele foi criada a Sala Jahyr Accioly de Souza, um salão auditório com capacidade para 80 pessoas. Palco simples, recebe diversos tipos de expressões artísticas. Já assisti nele belas apresentações de música instrumental e de corais. 

1996: O Teatro Polytheama, que funcionou de 1911 a 1975 como um espaço privado, foi reinaugurado (depois de 21 anos fechado), em 13 de dezembro de 1996, como um teatro municipal e com plateia de 1.124 lugares. Participei da programação de reinauguração como atriz, assim como muitos artistas jundiaienses. Palco italiano majestoso que recebe espetáculos de todas as linguagens artísticas. Lindo para se apresentar, mágico para assistir. 

 

2004: O Anfiteatro do Parque da Cidade, inaugurado em 21 de abril, possui arquibancada em níveis, gramada; possui capacidade para mais de 200 pessoas e tem como fundo de palco as águas da represa. A Arena do Jardim Botânico foi inaugurada em 29 de dezembro. Visual natural belíssimo, capacidade de público variável.

 

2008: O Auditório Maria Albertina, no Centro Jundiaiense de Cultura Josefina Rodrigues da Silva (Jorosil), possui plateia com 80 lugares. Todo em madeira, é bastante aconchegante para reuniões e encontros. 

 

2012: O Auditório da Biblioteca Municipal Nelson Foot, com plateia de 89 lugares, em nível, foi inaugurado em 22 de setembro. Recebe diversos tipos de eventos, inclusive artísticos. 

 

2016: O Teatro da Pracinha da Cultura do Vista Alegre é um espaço multiuso com piso de madeira, que comporta plateia de 60 lugares e foi inaugurado em 28 de maio.

2018: A Sala Jundiaí, palco do Espaço Expressa, na Unidade de Gestão de Cultura de Jundiaí, foi montada com plateia de 150 lugares. Hoje é um espaço de uso amplo e democrático. 

2021: O Espaço multiuso na Fábrica das Infâncias Japy, inaugurado em 18 de dezembro, com plateia variável, já recebeu diversas manifestações artísticas e culturais. A Arena Capivara, no Parque Mundo das Crianças, é um espaço amplo e livre. 

  

Pensando assim, linearmente, podemos sentir a evolução dos palcos na cidade, em quantidade e em qualidade; e podemos vislumbrar desejos e passos para o futuro. 

 

Você pode conhecer ou até utilizar esses palcos; para isso, entre em contato com os órgãos responsáveis e se informe sobre os horários e regras de cada um deles.  

Se conhecer algum palco, tira uma foto e me manda no instagram @palcos.da.cidade, ou marca a sua foto com a #palcosdejundiai e #palcosaomeuredor. Não usa redes sociais? Mande um e-mail: umnucleodeteatro@gmail.com

Vamos dar luz a esses espaços lindos, dentro e fora de nós. 

 

*Este artigo faz parte do projeto “Teatro: história através dos palcos da cidade”, de Caroline Ungaro, realizado com recurso do Edital de Fomento Direto a Profissionais do Setor Cultural e Criativo no Estado de São Paulo – ProAC2021, e apoiado por Circularte Educação, UM núcleo de teatro e Atuará escola de teatro. Ao longo do projeto, será publicada uma série de artigos sobre alguns dos principais tipos de espaços para apresentações cênicas que a humanidade criou, trazendo, como exemplos dessas construções, palcos que existem na cidade de Jundiaí hoje, buscando mostrar a diversidade de palcos que existem na região central e nas periferias da cidade, e incentivar as pessoas a procurarem os palcos que existem ao seu redor. Também será lançada uma videoaula que ficará disponível no canal do YouTube da Atuará escola de teatro. A videoaula será um convite para conhecermos e ocuparmos os espaços da cidade, em especial os possíveis palcos, fazendo com que sejamos espectadores e/ou fazedores de arte; será também um chamado ao fato de que a criação artística acontece através da pesquisa, do estudo, do conhecimento e que ela pode estar bem próxima de nós; por fim, será um incentivo para olharmos as estruturas arquitetônicas como um caminho para compreender a arte cênica, essa ação humana tão potente. #ProAC2021

 

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