TEATRO GREGO
Os Gregos (Tragédia) não se interessam em expressar as pequenas emoções/expressões, mas sim amplificá-las. O público participava ativamente do ritual teatral.
ORIGEM
A Tragédia Grega nasce dos Ditirambos, que era um coro contado por cinquenta homens ou meninos. Seu conteúdo era mais lírico que dramático. Nos ditirambos convidam, geralmente, os deuses a que descessem à terra para presenciar seu canto, em especial a Dionisio – deus da fecundidade animal e agrária.
Os diálogos ocorriam na Tragédia entre o coro e o corifeu (que depois dará lugar ao primeiro ator). O primeiro ator não somente dialoga com o Coro mas também acompanha seu diálogo com a ação, isto é, não somente recita ou canta mas também atua.
A Comédia tem como origem os hinos fálicos, que aconteciam nas procissões e ritos de entronização de Fales.
Observando as duas possíveis origens, da Tragédia e da Comédia, fica absolutamente evidente o caráter religioso do Teatro Grego.
Os Teatros Gregos possuem uma acústica magnífica, existiram alguns pintores de cenário, além de acessórios cênicos, como os carros e escada subterrânea, os “Degraus de Caronte”. Outros recursos da cena eram:
- Deus ex-machina: guindaste que fazia uma cesta descer do teto do teatro, onde se sentava deus ou o herói e recolocava a ação dramática nas trilhas mitológicas.
- Eciclema: plataforma rolante sobre a qual um cenário era movido, mostrando as atrocidades por trás da cena.
- Theologeion: plataforma no teto do teatro, de onde, em geral, os Deuses falavam.
Fazem as apresentações durante o dia, visando o término da representação com o pôr-do-sol, que atuava de forma dramática.
VESTUÁRIO, MÁSCARAS e COTURNOS
As máscaras, em geral são de linho revestido de estuque, prensada em moldes de terracota, que amplificavam o poder da voz e possibilitavam que o mesmo ator fizesse vários papéis. Também produziam um encolhimento nos expectadores, aumentam o tamanho da cabeça humana, que junto com o coturno possibilita a proporção, fazendo com que os personagens fiquem maiores.
As roupas gregas respeitam o corpo, permitem a movimentação. Geralmente são retos, conferindo elegância à figura. São usadas para mostrar diferentes posições sociais, criam hierarquia, mas não humilham.
GENEROS DRAMÁTICOS GREGOS
São três os gêneros dramáticos no teatro grego: o drama satírico, a tragédia e a comédia.
Drama Satírico: Se parece muito a Tragédia, tanto na sua estrutura formal como em sua temática de caráter mitológico. Mas se diferencia da tragédia no seu tom, na representação e na composição do Coro, integrado obrigatoriamente por sátiros. Por seu fundo e forma poderia ser considerado como uma tragédia divertida.
Assim como Dionisio, de cujo cortejo pertencem, os sátiros personificam as forças da Natureza, principalmente as forças passionais que conduzem a procriação, razão pela qual passaram para a posteridade como símbolo das pulsões eróticas existentes nos homens e nos animais. Mas também simbolizam outros impulsos, como o temor, o desenfreio e a ironia, motivo por serem representados como humanos com elementos animais.
Tragédia: Segundo Aristóteles na Poética: “É, pois, a Tragédia imitação de uma ação de caráter elevado, completa e de certa extensão, em linguagem ornamentada e com as várias espécies de ornamentos distribuídas pelas diversas partes (do drama), (imitação que se efetua) não por narrativa, mas mediante atores, e que, suscitando o “terror e piedade, tem por efeito a purificação dessas emoções”.
A Tragédia deve ser escrita com uma sequência de ações que irão provocar uma intensidade emocional até chegar ao clímax e então produz a ação de desenlace.
São preferíveis as coisas impossíveis, mas críveis, que as possíveis, mas incredíveis.
Sobre os personagens da tragédia, Aristóteles afirma:“…não devem ser representados nem homens muito bons que passem da boa para a má fortuna – caso que não suscita nem terror nem piedade, mas repugnância – nem homens muito maus que passem da má para a boa fortuna, pois não há coisa menos trágica…” O homem escolhido não deve ser nem muito mal, nem muito bom e deve ser alguém que tenha grande reputação.
Autores Trágicos: Ésquilo (525 a.C. – 456 a.C.), Sófocles (497/495 a. C. – 405/406 a.C.), Eurípedes (480 a.C. – 406 a.C.)
Comédia:
Tem origem nas cerimônias fálicas e canções. A comédia é um precursor da caricatura política. No final do primeiro ato, o coro tira suas máscaras e vai até a frente falar com a plateia sobre os acontecimentos locais.
Se diferencia da tragédia principalmente pela existência do Agón, o combate e a Parábasis, momento da saída dos atores e que o coro retira seu manto e máscara, falando diretamente ao público.
“A Comédia é, como dissemos, imitação de homens inferiores; não, todavia, quanto a toda a espécie de vícios, mas só quanto àquela parte do torpe que é o ridículo”
Mimo: Se ocupa do povo comum, anônimo. Incluíam as mulheres nas representações
Autores Cômicos: Aristófanes (445 a.C. – 380 a.C.), Menandro (342 a.C. – 292 a.C.)