A peça de Griselda Gambaro nos coloca dentro de uma situação absurda ou no mínimo estranha, na qual um homem vai a uma barbearia e aceita todas as imposições do barbeiro.
No texto de Sara Rojo de la Rosa sobre as obras de Griselda Gambaro ela comenta sobre essa fase ser um momento no qual a dramaturga apresenta “um mundo masculino sem saídas.”
Ao resumir seus comentários, diz: “podemos afirmar que a dramaturgia de Griselda Gambaro, inserida na história latino-americana, assume a problemática do poder com uma enunciação ciente de todos os aspectos: políticos, estéticos, genéricos, etc. Cada linguagem experimentada, cada forma empregada e cada signo utilizado estão relacionados a um projeto estético-teatral com fundamentos políticos. Por isso, quando a produção de Griselda Gambaro é rotulada exclusivamente dentro da linha dos criadores do absurdo europeu, sem se contemplar sua proposta teórica global, restringe-se a análise exclusivamente à forma.”
Esse pequeno trecho mostra um pouco desse poder exercido e da submissão opressora vivida pelo homem. A intensidade nessa forma enxuta, nesse texto curto nos oferece um tanto do que vamos vivendo cotidianamente. De alguma forma sufoca, mas com uma fluidez que te mantem presa ao texto, com vontade de saber da continuidade, do desenrolar e da maneira pela qual esse desfecho será possível.
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