Difícil dizer o que é mais encantador, se a montagem feita para os bebês ou a expressão deles enquanto assistem à apresentação.
Assisti à peça Scaratuja na Semana Mundial do Brincar, no SESC Jundiaí, e a maior parte do público parecia ter menos de um ano, mas foi lindo ver a atenção que prestavam aos atores e a vontade de interagir quando possível!
Na página do grupo encontramos uma narrativa sobre a construção deste espetáculo:
“Dentre as inúmeras ideias suscitadas, neste primeiro trabalho optamos pela linguagem não verbal, pela exploração do corpo e espaço e pela relação estabelecida entre a criança e as imagens.
Partindo de um emaranhado de linhas, traços, pontos e círculos, temos a ideia central do espetáculo.
Os “rabiscos” ou garatujas vão ganhando complexidade ao longo da encenação que coincide com o desenvolvimento das crianças, estimulando o crescimento cognitivo e expressivo.
Um tapete tátil com diferentes texturas nos serve como palco, é o chão; a base da cena e ao final torna-se uma área de investigação para o público mirim.”
É nesse tapete com diferentes tons de branco que os dois atores entram, envoltos em um tecido de onde aos poucos saem e, enquanto exploram movimentos, que me fizeram imaginar um pintinho prestes a sair de um ovo, um menino comentou: “O pé dele vai quebrar!”. Acho que ele se referia ao tecido, que para mim ficou parecendo uma casca de ovo.
No decorrer das cenas os atores se utilizam de diferentes objetos: fitas, elásticos, uma bolinha macia e vermelha, arames encapados e felpudos que são manipulados, virando brincadeira entre eles, estabelecendo parceria e interação também com o público.
A pesquisa de gestos e de sons denota o conhecimento do universo dos bebês. A suavidade domina a cena, o que não significa lentidão ou monotonia. Os ritmos dos gestos variam, mas respeitam o tempo do bebê.
A repetição se faz presente, e em vários momentos fiquei com vontade de brincar junto com eles, de rolar naquele tapete macio e cheio de surpresas.
Vale a pena conferir! O espetáculo fará nova temporada de 06 a 27/08, no Teatro Folha – Shopping Pátio Higienópolis, em SP, sempre aos domingos, às 11h. Se você tem a sorte de ter um bebê para levar, não deixe de aproveitar, mas se você, como eu, não tiver um bebê disponível, entre em contato e verifique a possibilidade de assistir sem bebês! Eu pude, e junto comigo estavam várias educadoras.
Para quem quiser saber mais, o site aqui indicado revela muito, inclusive a equipe que elaborou esse trabalho:
FICHA TÉCNICA
Concepção e direção: Marcelo Peroni
Criação: Aline Volpi, Marcelo Peroni e Vladimir Camargo
Dramaturgia final: Marcelo Peroni
Elenco: Aline Volpi e Vladimir Camargo
Orientação pedagógica: Livia Brigoni Balanin
Apoio Técnico: Ana Paula Castro
Projeto cenográfico e de figurinos: Aline Volpi, Marcelo Peroni e Vladimir Camargo
Projeto de luz: Rodrigo Gatera
Execução cenográfica: Edivaldo Zanotti
Trilha sonora: Poin – Pequena Orquestra Interativa
Músicas originais: Gustavo Finkler
Letrista: Jackson Zambelli
Participação especial trilha sonora: Renata Mattar
Fotos: Lucas Trabachini
Ilustrações: Henrique Brigoni Balanin
Produção: Catarsis Produções
Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro
Duração espetáculo: 25 minutos
Idioma: linguagem não verbal
Faixa etária recomendada: bebês até 3 anos