O Jogo do Cenário

Para quem?

Pessoas com mais de 5 anos.

Condições necessárias:

Uma sala que permita movimento.

Materiais necessários:

Cubos grandes ou cadeiras ou caixas ou tecidos.

Como acontece?

Este jogo se propõe a criar cenários com objetos que possam configurar o espaço de diferentes maneiras. Estes objetos podem ser cubos de madeira, que suportem o peso dos alunos, ou caixas ou cadeiras.

Caso esta proposta seja feita com crianças pequenas, o objeto a ser manipulado deverá ser em um formato ou peso que a criança possa carregar, sem se machucar. Neste caso será melhor o uso de caixas vazias ou tecidos.

Defina uma sequencia de cenas que aconteçam em diferentes espaços, pode ser por exemplo:

  • A personagem está em seu quarto lendo;
  • Sai de casa e fica no portão procurando seu irmão que não respondeu;
  • Anda por uma avenida muito movimentada procurando-o;
  • Chega a uma praça tranquila onde ele está jogando bolinha de gude com três amigos.

Estabelecida a sequencia de cenas, peça para o grupo de alunos criar estes espaços com os objetos disponíveis, se forem os cubos, eles se movimentarão para transformar o lugar da cena, o mesmo acontecerá para as cadeiras, caixas ou tecidos.

Veja estas três fotos e os diferentes significados que os cubos ganharam, na primeira imagem os cubos formaram uma ponte de cristal, na segunda um nicho e na terceira o parapeito de uma janela:

        

Esta proposta busca a compreensão de como podemos criar cenários com a utilização variada de um mesmo objeto.

É importante ressaltar que esta concepção de cenário não busca uma criação realista, mas sim uma compreensão de que os objetos podem ganhar significados distintos conforme sua disposição.

Para saber mais

Procure observar cenários de diferentes montagens e ter inspiração sobre diferentes maneiras de utilizar os objetos. Você poderá ler mais sobre o papel do cenário nos dois posts aqui neste blog: Qual o papel do cenário e Mudando o cenário.

Também vale a pena conhecer o trabalho de importantes cenógrafos brasileiros, como JR Serroni, Gianni Ratto ou Daniela Thomas, dentre muitos outros.

Qual é a música?

Para quem?

Pessoas com mais de 5 anos.

Condições necessárias:

Uma sala que permita movimento.

Materiais necessários:

Aparelho de som com diferentes sons e músicas.

Como acontece?

Esta proposta pode ser feita como um exercício de improvisação ou como parte da construção de um personagem dentro da montagem de uma peça teatral.

A primeira coisa a fazer é definir qual a personagem que cada aluno irá representar e saber quais as características desta personagem.

Após esta definição, crie ações básicas e cenas curtas para que a personagem possa improvisar. Podemos considerar ações básicas:

Caminhar

Comer

Trocar de roupa

Dormir

Tomar banho

 

As cenas curtas dependem da personagem, mas pode ser:

  • Um almoço de trabalho ou de estudo
  • Uma conversa ou uma briga com alguém
  • Um momento de compra em uma loja qualquer
  • Participando de um jogo

As ações básicas, assim como as cenas curtas serão feitas com diferentes músicas, de tal forma que a música auxilie o aluno a identificar as características e a maneira de agir da personagem.

Que horas são?

Foto de Andrey Grushnikov no Pexels

Para quem?

Qualquer pessoa que reconheça os horários do dia.

Condições necessárias:

Uma sala que permita movimento.

Materiais necessários:

Nenhum

Como acontece?

Escreva em um pedaço de papel diferentes horários do dia e da noite, que podem ser horas de relógio ou momentos relacionados ao horário, como: hora do almoço, começo da madrugada, ao amanhecer, etc.

Divida os alunos em pequenos grupos e peça que cada um escolha um dos papeis com um horário definido. Cada aluno irá escolher uma ação que permita à plateia identificar qual o horário sorteado por ele/ela. Embora estejam em pequenos grupos, esta atividade é individual e pode ser feita com uma pessoa por vez, porém caso seja um grupo de alunos muito grande, será cansativo fazer com um de cada vez.

Posicione o grupo em uma relação de palco e plateia. Para isso não é necessário ter um espaço com um palco construído, basta que seja estabelecido qual o lugar do palco e da plateia na sala de aula.

Depois que todos tiverem feito a proposta individualmente, agrupe-os em quartetos ou quintetos e peça que escolham ou sorteiem novamente um horário, porém desta vez todos irão estar na mesma cena, no horário escolhido.

As cenas serão definidas parcialmente, definindo quem eles são, onde estão e qual o motivo para estarem naquele horário juntos. O restante será improvisado. Por exemplo:

  1. Um grupo de vizinhos na rua, no meio da madrugada, porque um motorista bateu o carro no portão de uma das casas, derrubando-o.
  2. Uma família almoçando, às 13h.

Após a improvisação das cenas, os comentários poderão observar o quanto os horários ficaram evidentes.

Para fazer mais

É possível dar continuidade a esta proposta, associando uma emoção ao horário, nos papeis sorteados, tanto para o que será feito individualmente, como em grupo.

OBS: Esta proposta partiu do jogo homônimo proposto por Viola Spolin.

Desafio “Todos em cena” – Encenando uma história

Hoje é dia mundial do teatro, então não podemos deixar de comemorar esta data!

Para comemorar um dia tão importante, já que o teatro é uma das coisas mais antigas da humanidade proponho que você comece descobrindo algo sobre a história do teatro que até hoje você não sabia. Você pode olhar a foto de um teatro antigo ou mesmo de um teatro onde você nunca foi ou você pode pesquisar como o teatro era feito em outras épocas e lugares do mundo.

Olhar imagens de teatros será uma boa maneira de você se inspirar para pensar que está em um!

Foto de Alexis Azabache no Pexels

Com toda esta inspiração, escolha um espaço na tua casa e decida onde será teu palco. Imagine que você tem uma plateia na tua frente e passe a fazer tua cena.

A cena de hoje partirá de uma história. Você precisa escolher uma que você já conheça para poder representá-la enquanto está narrando. Se na tua casa tem um monte de gente, vocês podem se dividir entre os personagens. Se você vai representar sozinho ou sozinha, então terá que fazer todos!

Comece contando a história, como fazem os narradores e no meio da narrativa, você representa.

Não esqueça que você está no teatro e que precisa que tua voz e teu corpo alcancem a todos, então, não seja tímido na tua representação! Use todo teu corpo e tua voz com potência e alegria, afinal ver e fazer teatro é uma das coisas que mais traz felicidade.

E viva o teatro!!!

 

Desafio “Todos em cena” – Virando formiga

A brincadeira de hoje foi inspirada em uma das “Delícias de desenhar” e a ideia é olhar o mundo como se você fosse uma formiga!

Claro que aqui nós olhamos com todo o corpo, então transforma teus braços e pernas em patas de formiga e vai descobrindo como é que uma formiga se movimenta.

Para te ajudar, você pode procurar se na tua casa tem alguma formiga passeando e ficar um tempo dando uma olhada no que ela faz, em como ela se mexe, se carrega coisas sobre a cabeça ou o que mais você descobrir. Se a tua casa é tão limpinha que não tem nenhuma formiga, procura um vídeo que mostre a vida das formigas.

Depois de virar formiga é hora de sair pela casa observando tudo ao teu redor, lembrando que tudo é muito maior do que você.

Escolha um cantinho da casa e faça de lá o teu formigueiro, isto é, a casa onde tua formiga irá morar. Não esqueça de que para montar tua casa, você deverá levar as coisas carregando como as formigas carregam. Depois disso é só aproveitar! Veja se você encontra outras pessoas-formigas aí pela tua casa e façam coisas juntos como formigas.

Quando cansar de ser formiga, vira um pouco uma girafa ou um elefante, para teu corpo se esticar todinho e você ficar bem grandão!

Desafio “Todos em cena” – Carro, balão, foguete, trem…

Bom dia pessoal, chegamos no dia 4 do nosso desafio e ontem cada um fez sua viagem para vários planetas.

Hoje vamos investigar os meios de transportes que existem no nosso planeta, aqui na Terra!

Faça uma lista de todos os meios de transporte que você conhece, podem ser transportes terrestres, marítimos e aéreos. Você pode escrever ou desenhar cada um deles, mas o mais importante é você colocar cada um deles em cena.

Para coloca-los em cena, você precisa saber das características de cada um: de que material é feito, como se movimenta, se faz barulho ou não, se sai algum cheiro e tudo o mais que você conseguir descobrir.

E quando você já souber, corpo em movimento: faça pequenos transportes dentro da tua casa. Você pode ir do quarto até a cozinha e de lá para a sala, ou pode ir de uma parede para a outra. Escolha quem você irá transportar, pode ser um boneco, um bichinho ou mesmo um objeto que precise ser levado de um lugar para outro.

Lembre-se de mudar teu meio de transporte! Você pode começar sendo uma bicicleta, passar a ser uma canoa, depois um balão e quantos mais meios de transporte você conhecer!

Minha amiga Suca, do Lero o Mundo, me contou que lá tem boas ideias de desenho de transportes hoje. Dá uma espiada: https://leromundo.com.br/

Desafio “Todos em cena” – Uma casa para teu monstro

Todas as pessoas moram em algum lugar! Todos os seres e até mesmo os objetos também. E os monstros? Devem morar em lugares diferentes como eles.

A proposta de hoje é de que você comece observando a tua moradia, a tua casa. Observe não apenas com os olhos, mas também com os ouvidos e com o nariz. Perceba a tua casa comparando-a com teu corpo. Quantos de você cabem na tua cama? E no teu quarto? Será que você consegue encostar em duas paredes da tua cozinha de braços abertos?

Observe também outras casas. Vá até a janela e veja quais casas você consegue espiar. Como será que os moradores de lá vivem? Procure nos livros e na internet outras maneiras de viver diferentes da tua. Você pode pesquisar casas de vários lugares do mundo ou casas de bichos.

Junte tudo o que você observou e pesquisou e construa a casa do teu monstro. Ela pode ter um tamanho bem variado, pode ser uma casona se você tiver muito espaço, mas pode ser uma casa em cima da tua cama ou até mesmo bem menor! Casas debaixo da escada ou de mesas costumam ser muito aconchegantes!

Arrume a casa de teu monstro ou tua monstra, coloque algum objeto para que ela fique mais parecida com ele ou mesmo um desenho!

Depois é só aproveitar e fazer tudo o que você quiser lá!

Aproveite para ver as possibilidades de desenhos sobre monstros no Ler o mundo: https://leromundo.com.br

Desafio “Todos em cena” – Criando um monstro

Este é o primeiro post do desafio “Todos em cena”.

Cada dia será uma proposta, para encontrarmos maneiras criativas de lidar com essa pandemia que está deixando todo mundo de ponta cabeça!

Passarmos o tempo todo pensando no risco do corona vírus vai deixar cada um de nós com menos forças para nos protegermos. Então, vamos tomar todos os cuidados e colocar a cabeça e o corpo para imaginar!

Já que estamos com medo deste vírus-monstro, que tal brincar de monstro para driblar esse medo?

A proposta de hoje é imaginar um monstro e representá-lo.

Você não vai imaginar ficando parado, só pensando, você vai imaginar com o corpo em movimento. Por isso, abre espaço na sala, no quarto ou mesmo na cozinha e imagina:

  • Começa a andar investigando como esse monstro anda;
  • Senta e levanta várias vezes e descobre como ele senta. Será que este monstro tem duas bundas ou várias pernas?
  • Dança uma música que você adora e descobre como este monstro dança! Será que é uma monstra?
  • Fala um pouco, dá uns gritos e pesquisa qual a voz da sua monstra. Será que ele/ela falam grosso ou fino? Alto ou baixo? Como se tivesse a boca cheia de água?

Se você achou difícil imaginar um monstro, dá uma olhada no livro “Onde vivem os monstros” que muitas ideias virão na tua cabeça! Os bichos da natureza também são uma ótima fonte de inspiração.

Dá uma olhada na proposta do site Ler o mundo https://leromundo.com.br/ e veja todos os desenhos que você pode fazer! Lá tem desafio de desenhos de monstroooos. 

Todo dia uma cena nova!

Explorando um texto: parte dois

Para quem?

Leitores fluentes

Condições necessárias:

Uma sala que permita movimento.

Materiais necessários:

Texto a ser trabalhado

Disponível em www.tagv.pt

Como acontece?

Na primeira parte deste post falamos sobre a primeira leitura de um texto, momento de tomar contato com a narrativa e de entender o que ele propõe e quais os motivos de escolhermos fazer uma montagem teatral dele. Neste post vamos falar sobre como explorar o texto antes de partir para a improvisação das cenas.

Escolha algumas cenas e divida os personagens entre os alunos, o melhor é que sejam cenas curtas, com dois ou três personagens. Na ausência de uma cena curta, defina uma sequência de diálogos de uma das cenas, para que cada um fique com duas ou três falas.

Com suas falas nas mãos, peça que cada caminhem pelo espaço lendo-as diversas vezes em voz alta, todos ao mesmo tempo, buscando explorar diferentes entonações para cada vez que a frase é lida.

Divida o grupo nas duplas ou trios que farão a cena curta e proponha que falem os diálogos para que experimentem um pouco as diferentes maneiras de falar, inicialmente sem incluir a movimentação corporal do personagem.

Depois de uma breve exploração dos diálogos, peça que cada um atue como se fosse um animal, eles vão permanecer no personagem da peça, porém vão se movimentar como o animal escolhido.

Esta proposta busca a experimentação de diferentes maneiras de expressar uma mesma frase e traz ludicidade ao contato com o texto escrito.

Para continuar

Este exercício pode ser feito com outros elementos incorporados, isto é, ao invés de animais, podem ser objetos ou lugares ou peças de roupa. Também é possível que cada grupo crie o que será, sem uma orientação única para todos os grupos.

Explorando um texto

Para quem?

Leitores fluentes

Condições necessárias:

Uma sala que permita movimento.

Materiais necessários:

Texto a ser trabalhado

Disponível em https://ccs2.ufpel.edu.br

Como acontece?

Em muitas aulas de teatro, quando decidimos montar uma peça que parta de um texto escrito por outras pessoas, nos deparamos com a dificuldade em tornar este texto, fala, cena. Esta proposta é de como jogar com o texto, permitindo que os alunos-atores se apropriem do mesmo sem que seus corpos desapareçam.

Começamos com a leitura da peça ou da cena. Esta leitura ocorre já com uma distribuição de papeis, isto é, cada pessoa irá ler as falas de um personagem e uma pessoa irá ler as didascálias ou rubricas, isto é, as informações dadas pelos autores sobre as movimentações dos personagens ou elementos da cena.

É importante que seja feita uma primeira leitura seguida de reflexão sobre o texto. Os participantes precisam compreender sobre o que se trata a peça, debater os sentidos que ela apresenta, conversar sobre o interesse em transformá-la em cena.

O tempo de leitura dependerá do interesse do grupo. Um grupo com maior maturidade suporta um tempo maior desta imobilidade leitora, um grupo mais jovem, de maneira geral, aguenta menos tempo. Não existe uma regra única, afinal depende sempre das características do grupo e do interesse que o texto apresenta.

Você nunca se viu grudado/a em um livro por muitas horas a mais do que poderia, simplesmente pelo fato de não poder esperar para saber sua continuidade?

Vale a pena observar o corpo dos participantes enquanto leem, se a impressão de que o sono está dominando o grupo, é hora de parar, mesmo que seja para retomar em outro momento. Não descarte um bom texto por fazer desta primeira leitura um momento exaustivo!

Este post continua…