por Caroline Ungaro – série TEATRO: HISTÓRIA ATRAVÉS DOS PALCOS DA CIDADE
Teatros, escolas, clubes, escolas livres, igrejas, associações, bares, casas noturnas, coretos… Existem palcos em todos os lugares.
Aqui em Jundiaí não é diferente, os palcos estão por todos os lugares. Ao longo da pesquisa para esse projeto, ao colocar uma lente de aumento para a existência dos palcos na cidade, encontrei também espaços pequenos, destinados ao ensino e pesquisa de arte, que possuem palcos pequenos, que podem entrar na definição de “teatro de bolso”:
De maneira geral, o formato “teatro de bolso”, bastante comum em grandes centros onde a arte é melhor difundida, trata-se de um espaço físico de teatro que comporta um público de aproximadamente 50 pessoas na plateia e tem uma estrutura de equipamentos de sonorização, projeção, iluminação e caixa cênica.(definição no site Mídia Mais)
Seguem alguns espaços, com esse tipo de estrutura de palco: Ballet Teatro Oficina; a Cia. Fênix; Teatro da EAJ – Paineiras; Fermata escola de música; (criados a partir dos anos 2.000) Associação Pio X (criado nos anos 1970). Esses espaços têm: palco frontal com urdimentos, iluminação cênica e sonorização; plateia com cadeiras, poltronas ou arquibancada. Na Atuará escola de teatro, desde 2017, tem uma sala multiuso com: piso de madeira coberto por linóleo preto; possibilidade de colocação de pernas de tecido para fazer as coxias em palco frontal; iluminação cênica e sonorização simples. No Ateliê Casarão, todo o espaço é multiuso!
Nos clubes e associações os palcos são maiores, frontais, geralmente fazem parte de grandes salões para festas, com cadeiras móveis para que o espaço tenha múltiplos usos, a maioria deles foram formados no início do século XX. Temos este modelo em: Clube Uirapuru; Clube dos Veteranos; Clube São João; Clube dos Metalúrgicos. O Clube Jundiaiense e o Clube Grêmio CP têm dois palcos, nos salões sociais, um na sede central e outro na sede de campo. No Tênis Clube tem um palco no ginásio, atrás da trave do gol, que já foi palco de diversos eventos. E encontramos muitos outros palcos na listagem da página Turismo da Prefeitura de Jundiaí. Destaco aqui o palco do Clube 28 de Setembro, o mais antigo do estado de São Paulo, fundado logo após a abolição da escravatura no Brasil, no século XIX.
Palcos muito antigos, são os coretos, pequenos pavilhões cobertos, geralmente em formato arena, presentes em praças de cidades de todo o Brasil. Aqui em Jundiaí temos coretos arenas: na praça da Igreja Nossa Senhora da Conceição (Vila Arens); no Parque Comendador Antônio Carbonari. Na Praça do Coreto tem um modelo frontal, construído nos fundos da Igreja Matriz Nossa Senhora do Desterro e certamente há outros, que ainda não chegaram à minha atenção.
Os coretos são palcos muito comuns em praças de Igrejas. Coloco atenção para o fato de que as igrejas em si possuem palcos, geralmente com sonorização profissional e plateia com cadeira, bancos e até poltronas, já vi algumas até com iluminação profissional. Para terminar, apresento um novo espaço de cultura que está surgindo em Jundiaí, na Serra do Japi, Espaço Japi, que contempla a Igreja da Santa Clara. Já estão acontecendo alguns eventos por lá.
Este ciclo de artigos termina por aqui, mas a nossa jornada continua no Instagram o projeto. Está sendo uma caminhada longa, lenta e muito satisfatória. Agradeço à parceria da Lelê Ancona, em abrigar todos os artigos da série aqui no Circularte!
E você? Você conhece algum palco aqui da cidade de Jundiaí?
E da sua cidade?
E na sua escola, quais palcos existem?
Se conhecer algum palco, tira uma foto e me manda no instagram @palcos.da.cidade, ou marca a sua foto com a #palcosdejundiai e #palcosaomeuredor. Não usa redes sociais? Mande um e-mail: umnucleodeteatro@gmail.com
Vamos dar luz a esses espaços lindos, dentro e fora de nós.
*Este artigo faz parte do projeto “Teatro: história através dos palcos da cidade”, de Caroline Ungaro, realizado com recurso do Edital de Fomento Direto a Profissionais do Setor Cultural e Criativo no Estado de São Paulo – ProAC2021, e apoiado por Circularte Educação, UM núcleo de teatro e Atuará escola de teatro. Ao longo do projeto, será publicada uma série de artigos sobre alguns dos principais tipos de espaços para apresentações cênicas que a humanidade criou, trazendo, como exemplos dessas construções, palcos que existem na cidade de Jundiaí hoje, buscando mostrar a diversidade de palcos que existem na região central e nas periferias da cidade, e incentivar as pessoas a procurarem os palcos que existem ao seu redor. Também será lançada uma videoaula que ficará disponível no canal do YouTube da Atuará escola de teatro. A videoaula será um convite para conhecermos e ocuparmos os espaços da cidade, em especial os possíveis palcos, fazendo com que sejamos espectadores e/ou fazedores de arte; será também um chamado ao fato de que a criação artística acontece através da pesquisa, do estudo, do conhecimento e que ela pode estar bem próxima de nós; por fim, será um incentivo para olharmos as estruturas arquitetônicas como um caminho para compreender a arte cênica, essa ação humana tão potente. #ProAC2021