Escreva em um pedaço de papel diferentes horários do dia e da noite, que podem ser horas de relógio ou momentos relacionados ao horário, como: hora do almoço, começo da madrugada, ao amanhecer, etc.
Divida os alunos em pequenos grupos e peça que cada um escolha um dos papeis com um horário definido. Cada aluno irá escolher uma ação que permita à plateia identificar qual o horário sorteado por ele/ela. Embora estejam em pequenos grupos, esta atividade é individual e pode ser feita com uma pessoa por vez, porém caso seja um grupo de alunos muito grande, será cansativo fazer com um de cada vez.
Posicione o grupo em uma relação de palco e plateia. Para isso não é necessário ter um espaço com um palco construído, basta que seja estabelecido qual o lugar do palco e da plateia na sala de aula.
Depois que todos tiverem feito a proposta individualmente, agrupe-os em quartetos ou quintetos e peça que escolham ou sorteiem novamente um horário, porém desta vez todos irão estar na mesma cena, no horário escolhido.
As cenas serão definidas parcialmente, definindo quem eles são, onde estão e qual o motivo para estarem naquele horário juntos. O restante será improvisado. Por exemplo:
Um grupo de vizinhos na rua, no meio da madrugada, porque um motorista bateu o carro no portão de uma das casas, derrubando-o.
Uma família almoçando, às 13h.
Após a improvisação das cenas, os comentários poderão observar o quanto os horários ficaram evidentes.
Para fazer mais
É possível dar continuidade a esta proposta, associando uma emoção ao horário, nos papeis sorteados, tanto para o que será feito individualmente, como em grupo.
OBS: Esta proposta partiu do jogo homônimo proposto por Viola Spolin.
“Escrita e estreada em 1966, em São Paulo, no Bar Ponto de Encontro, transferindo-se em seguida para o Teatro de Arena, SP. Estreia no Rio de Janeiro em 1967.Na temporada no Teatro de Arena, SP, em 1967, Ademir Rocha foi substituído por Berilo Faccio. Ainda nesse ano, a mesma montagem se apresentou no Teatro da Rua (Rua Augusta, 2203, SP), como a primeira parte de um programa duplo, cuja segunda parte era Zoo Story, de Edward Albee. DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA é uma das peças mais montadas do autor. Foi também encenada na França, na Alemanha, na Inglaterra, nos Estados Unidos, em Cuba, além de adaptações para cinema.”
Esta explicação sobre a peça, assim como outras sobre a obra de Plínio Marcos pode ser vista no site www.pliniomarcos.com.
A Enciclopédia do Itaú Cultural define o autor da seguinte forma: Plínio Marcos de Barros (Santos, São Paulo, 1935 – São Paulo, São Paulo, 1999). Autor. Renovador dos padrões dramatúrgicos, através de enfoque quase naturalista que imprime aos diálogos e situações, sempre cortantes e carregados de gírias de personagens oriundas das camadas sociais periféricas, torna o palco, a partir dos anos 1960, uma feroz arena de luta entre indivíduos sob situações de subdesenvolvimento.
Esta peça é um permanente embate. Os dois personagens Tonho e Paco nos colocam perante o sofrimento da miséria que só vai se intensificando com o decorrer das cenas. A miséria apresentada por Plínio Marcos não é somente a falta de dinheiro, mas falta possibilidades, falta educação, falta sonhos, falta afeto.
O que vemos de sobra é a capacidade do autor em lidar poeticamente com este mundo para o qual pouco se quer olhar e menos ainda viver, mas um espaço que ainda permanece nos cortiços e barracos de nosso país.
Leia o começo da peça para aguçar tua vontade de continuar:
Montagem do grupo gaúcho de teatro Loucos de Palco
Um quarto de hospedaria de última categoria, onde se vêem duas camas bem velhas, caixotes improvisando cadeiras, roupas espalhadas etc.
Nas paredes estão colados recortes, fotografias de time de futebol e de mulheres nuas.
I ATO
Primeiro Quadro
(Paco está deitado em uma das camas. Toca muito mal uma gaita. De vez em quando, pára de tocar, olha para seus pés, que estão calçados com um lindo par de sapatos, completamente em desacordo com sua roupa. Com a manga dó paletó, limpa dos sapatos. Paco está tocando, entra Tonho, que não dá bola para Paco. Vai direto para sua cama, senta-se nela e, com as mãos, a examina.)
TONHO
Ei! Pára de tocar essa droga. (Paco finge que não houve.)
TONHO
(Gritando.) Não escutou o que eu disse? Pára com essa zoeira!
(Paco continua a tocar.)
TONHO
É surdo, desgraçado? (Tonho vai até Paco e o sacode pelos ombros.)
TONHO
Você não escuta a gente falar?
PACO
(Calmo.) Oi, você está aí?
TONHO
Estou aqui para dormir.
PACO
E daí? Quer que eu toque uma canção de ninar?
TONHO
Quero que você não faça barulho.
PACO
Puxa! Por que?
TONHO
Porque eu quero dormir.
PACO
Ainda é cedo.
TONHO
Mas eu já quero dormir.
PACO
Mas não vai conseguir.
TONHO
Quem disse que não?
PACO
As pulgas. Essa estrebaria está assim de pulgas.
TONHO
Disso eu sei. Agora quero que você não me perturbe.
PACO
Poxa! Mas o que você quer?
TONHO
Só quero dormir.
PACO
Então pára de berrar e dorme.
TONHO
Está bem. Mas não se meta a fazer barulho. (Tonho volta para sua cama, Paco recomeça a tocar.)
TONHO
Pára com essa música estúpida! Não entendeu que eu quero silêncio?
PACO
E daí? Você não manda.
TONHO
Quer encrenca? Vai ter! Se soprar mais uma vez essa droga, vou quebrar essa porcaria.
PACO
Estou morrendo de medo.
TONHO
Se duvida, toca esse troço. (Paco sopra a gaita, Tonho pula sobre Paco. Os dois lutam com violência. Tonho leva vantagem e tira a gaita de Paco.)
PACO
Filho-da-puta!
TONHO
Avisei, não escutou, se deu mal.
PACO
Dá essa gaita pra cá.
TONHO
Vem pegar.
PACO
Poxa! Deixa de onda e dá essa merda.
TONHO
Se tem coragem, vem pegar.
PACO
Pra que fazer força? Você vai ter que dormir mesmo.
TONHO
Antes de dormir, jogo essa merda na privada e puxo a bomba.
PACO
Se você fizer isso, eu te apago.
TONHO
Experimenta.
PACO
Se duvida, joga.
TONHO
Jogo. E daí?
PACO
Então joga.
TONHO
Você só tem boca-dura.
PACO
É melhor você me dar essa merda.
TONHO
Não enche o saco.
PACO
Anda logo. Me dá isso.
TONHO
Não vou dar. (Paco pula sobre Tonho. Esse mais uma vez leva vantagem. Joga Paco longe com um empurrão.)
TONHO
Tá vendo, palhaço? Comigo você só entra bem.
PACO
Eu quero minha gaita.
TONHO
Não tem acordo (Pausa)
(Tonho deita-se e Paco fica onde está, olhando Tonho.)
TONHO
Vai ficar aí me invocando?
PACO
Já estou invocado há muito tempo.
TONHO
Poxa! Vê se me esquece, Paco.
PACO
Então me dá a gaita.
TONHO
Você não toca?
PACO
Não vou tocar.
TONHO
Palavra?
PACO
Juro.
TONHO
Então toma. (Tonho joga a gaita na cama de Paco.) Se tocar, já sabe. Pego outra vez e quebro.
(Paco limpa a gaita e a guarda. Olha o sapato, limpa-o com a manga do paletó.)
Se você nunca viu um polvo ao vivo, minha sugestão é que você assista ao filme “Professor Polvo”. Neste filme você poderá ver um polvo fazendo muitas coisas variadas e talvez você passe a gostar dela da mesma maneira que o homem que fez o filme gostava.
Para ser um polvo, você terá que explorar o teu corpo como se fosse um e vale a pena saber algumas informações destes seres tão peculiares. Segundo a Wikipedia:
Os polvos são moluscos marinhos da classe Cephaloda , da ordem Octopoda (oito pés), possuindo oito braços fortes e com ventosas dispostos à volta da boca. Como o resto dos cefalópodes, o polvo tem um corpo mole, sem esqueleto interno (ao contrário das lulas) nem externo, como o argonauta. Como meios de defesa, o polvo possui a capacidade de largar tinta, de mudar a sua cor (camuflagem, através dos cromatóforos), e autonomia de seus braços.
Foto de Pia no Pexels
Não será nada fácil conseguir oito braços, então minha sugestão é que você use tuas pernas e teus braços para ficar pelo menos com metade dos braços dos polvos.
Você poderá treinar pegar coisas com as diferentes partes de seus braços e pernas e não apenas com as mãos e os pés. Experimente o pulso, os cotovelos e os joelhos também!
Como o polvo tem o corpo mole, você terá que experimentar uma coluna bem flexível e se movimentar pelo espaço se arrastando e rolando.
Talvez você tenha outras pessoas para brincar com você, então você poderá fazer um fundo de mar bem variado ou uma turma de polvos.
Como um ator, uma atriz ou um aluno de teatro aprende um texto para que seja dito em cena?
Assim como quase tudo na vida, não existe uma única maneira.
Foto de Ike louie Natividad no Pexels
A forma que muita gente deve ter feito em suas aulas de teatro e principalmente, em suas apresentações teatrais feitas na escola, sem que para isso houvesse aulas de teatro, foi decorando o texto e depois torcendo para não esquecer.
O termo decorar segundo alguns dicionários etimológicos significa passar pelo coração, porém o Blog do Fernando atribui tal termo a origem fenícia e não latina, na qual a relação está com saber de memória.
Ainda que a origem da ação de decorar possa estar fundamentada no passar pelo coração, a prática de decorar é muitas vezes vivida como um memorizar sem sentido. E não há nada mais distante do trabalho do ator, do que falar um texto sem sentido.
Tendo isto em mente, podemos pensar diferentes estratégias para que o texto faça sentido para quem irá representá-lo.
É possível fazer uma abordagem mais teórica, na qual o texto é lido e estudado tendo em vista os conceitos e conflitos apresentados.
Por exemplo, se eu escolho representar uma peça de Bertold Brecht, poderei estudar o momento no qual ela foi escrita, o que ocorria na época, os valores de Brecht sobre a sociedade, a política, o papel do teatro e as relações sociais, dentre outros aspectos que podem ser considerados em seu trabalho.
Também é possível fazer uma apropriação do texto que se dê pela sonoridade das palavras, de tal maneira que vou experimentar o som das frases, as diferentes formas de dizê-las e buscar na experimentação sonora relacionada ao gestual, identificar o sentido e fazer escolhas sobre como encenar o texto escolhido.
A apropriação pode ser feita em um movimento de aproximações diversificadas, no qual faço improvisações sobre o texto, em paralelo a conversas sobre o sentido que o texto teve, tanto por quem o escreveu, como para o grupo que irá representa-lo e desta maneira serão feitas escolhas sobre a maneira de que o texto se torne cena e fala.
Seja qual for a escolha feita, é fundamental que o texto seja aprendido ou decorado, como algo que tenha passado pelo coração, algo que faça sentido para as pessoas que o representam e possa, no momento da apresentação, ganhar sentido também para o público que o assiste.
A brincadeira de hoje começa com uma massagem nos pés, amassando cada cantinho, sentindo todos os dedos e todos os ossos. Você já reparou como os pés são ossudos?
Depois de deixar os pés bem preparados para se movimentarem e entrarem em cena, você irá coloca-los para o alto, de tal forma que eles possam se movimentar com total liberdade, sem nenhuma preocupação em terem que carregar todo o resto do teu corpo.
Foto de Valeria Boltneva no Pexels
Coloque uma música e faça teus pés dançarem. Com eles lá para cima, descubra quais os movimentos que eles podem fazer. Eles podem dançar sozinhos ou acompanhados, um com o outro.
Quando você já tiver descoberto muitos movimentos dos teus pés juntos e acompanhados, você irá criar um personagem para cada pé. Talvez um deles seja um gato e o outro um cachorro! Pode ser que eles sejam dois gatos, bem amigões um do outro. Talvez teus pés não queiram ser animais, mas sim pessoas ou mesmo objetos.
Depois que você tiver escolhido quais os personagens dos teus pés, é hora de arrumar o figurino que será a melhor maneira de compor teu personagem de pé!
Com os personagens completos, é hora de começar a cena. Claro que você poderá experimentar várias ações diferentes para criar qual a cena mais gostosa de fazer. Você pode variar: de vez em quando começar a cena e descobrir o que acontece nela e outras vezes, inventar tudo só no pensamento e depois representar com teus pés.
Os pés poderão representar em muitos lugares, não só lá no alto, balançando. Eles podem estar apoiados nas paredes, em um banquinho, dentro de uma caixa e até mesmo no chão!!!
Divirta-se com teus pés, eles ficarão contentes de terem tanta atenção só para si!
Papel e lápis ou caneta. Também pode ser um computador.
Disponível em https://tommo.com.br
Como acontece?
Inicie escolhendo com o grupo um tema sobre o qual improvisar. O tema deve ser, preferencialmente, algum de interesse do grupo. Existe a possibilidade de escolher temas relativos a assuntos que precisem ser trabalhados em outras disciplinas escolares, mas esta condição costuma gerar desinteresse.
Definido o tema, proponha a realização de cenas curtas, que durem um minuto, com todo o grupo em roda, em volta da cena, como em um teatro de arena.
Realize quantas cenas forem necessárias para que todos os que queiram possam improvisar.
Depois de feitas estas primeiras cenas, divida o grupo em duplas e peça que eles escrevam as cenas que representaram. Lembre-os de escreverem no formato dramatúrgico, com indicações de ações e com diálogos.
Depois desta primeira rodada, proponha que todos escrevam uma indicação para outra cena e cada pessoa irá sortear uma cena para improvisar conforme a indicação dada.
Um exemplo de indicação para o tema da fome: Uma mãe abrindo armários e não encontrando nada para cozinhar enquanto uma criança se lamenta de fome.
Um exemplo de indicação para o tema da paixão: Um moço perseguindo a moça por quem ele está apaixonado.
Feita a segunda rodada de improvisações será possível estabelecer um roteiro para uma peça, que será escrita conforme as improvisações forem sendo feitas. A escrita pode ocorrer durante a improvisação, antes ou depois.
Para saber mais
Apresente o trabalho de um grupo teatral profissional para teus alunos, mostrando o texto resultante do processo vivenciado.
Escrever coletivamente é uma proposta presente dentro do universo escolar e no mundo de diferentes maneiras.
Na escola, escrevemos coletivamente como parte do processo de alfabetização e a escrita coletiva possibilita que os alunos façam trocas entre si e também contém com o apoio da professora para avançar no domínio da linguagem formal e escrita.
Os trabalhos em grupo também são oportunidades nas quais todos sugerem os conceitos que estarão presentes e constroem o texto com as frases ditas pelos vários componentes da equipe.
Em muitos espaços nos quais a sociedade se organiza coletivamente, observamos a criação de um mesmo texto feita por várias mãos. As inúmeras possibilidades que a informática nos deu, faz com que um mesmo texto possa se modificar de maneira a que cada integrante de um grupo possa alterá-lo até chegar a um formato no qual todos estejam satisfeitos.
A escrita coletiva de uma peça teatral é bastante frequente como decorrência de um processo de improvisações de cenas, partindo de um tema comum.
A escrita, quase sempre, surgem das cenas representadas, que vão em um movimento de troca entre o texto escrito e a cena representado, em uma construção na qual a ação dramática alimenta a dramaturgia, que passa a alimentar novas ações, de forma permanente e cíclica.
Alguns grupos escolhem manter esta condição de permanente alteração textual e mesmo depois que a peça começa a ser apresentada, o texto transforma-se permanentemente. Outros definem um formato final, mesmo que ele sofra pequenas alterações no decorrer das apresentações. Existe ainda a possibilidade de que um dramaturgo ou dramaturga seja chamado pelo grupo para dar uma unidade textual ao que foi criado cenicamente.
Caso você queira compreender melhor a história desta forma criativa, acesse o site do Núcleo de Dramaturgia do SESI, onde você verá parte deste caminho. A definição sobre criação coletiva presente no Dicionário do teatro brasileiro: temas, formas e conceitos também irá te ajudar a compreender um pouco mais sobre esta temática no teatro brasileiro, acesse aqui.
Assisti ao espetáculo “É tudo família!” na versão online e foi uma grande surpresa perceber como pude me emocionar apesar da distância física com a qual estou acostumada.
Não entrar em um teatro, nem em qualquer espaço destinado à encenação, mas continuar na minha casa, vendo do meu sofá a representação que ocorreu dos diferentes espaços onde estavam cada um dos atores.
As cenas começaram, com os personagens entrando e saindo da tela, algumas vezes com os quatro atores na mesma cena, algumas vezes com apenas um deles.
Os recursos utilizados, nos quais pudemos ver as caras que se aproximavam, com uma intimidade inusitada em rostos que se agigantavam conforme iam e vinham para perto da câmera, permitindo ver dentro da boca, foram ajustes muito bons para um espetáculo que começou presencial e virou online.
O que ficou evidente é que o formato não alterou a concepção e a possibilidade de que eu vivesse questionamentos ou emoções sobre o que é ser família.
E o que é ser família?
O texto adaptado por Tábata Makowski foi ganhador do prêmio APCA de melhor espetáculo infanto-juvenil de texto adaptado em 2018. Prêmio merecido! Nos diálogos estabelecidos vamos acompanhando os conflitos que crianças, adolescentes e adultos vivem para que as muitas versões de família possam ter seu espaço respeitado e garantido.
Mas a beleza do espetáculo não está somente no posicionamento político-social que ele faz, mas na capacidade de trazer a humanidade e as emoções vividas por todos nós na diversidade de famílias que vivemos.
O espetáculo é de Tábata Makowski, com direção de Kiko Marques, com Aline Volpi, Marcelo Peroni, Ana Paula Castro e Vladimir Camargo.
Uma das ideias sobre a criação de personagens está pautada no texto teatral. Acredita-se que as personagens são criadas pelos dramaturgos e se foram, o que fazem os atores?
As encenações teatrais são criadas partindo de textos dramatúrgicos, mas não só. Muitos outros gêneros são motivadores de montagens e também criações coletivas.
Foto de Suzy Hazelwood no Pexels
Mas será que os textos, sejam eles dramatúrgicos ou não, dão todas as informações necessárias para a criação do personagem, o que incluí o gesto do ator e da atriz, sua forma de se movimentar, sua forma de falar.
Quando eu leio a seguinte frase: “Roberta entra na sala, leva um susto e diz: – Como você entrou aqui?”, que pode ser parte de um texto teatral, a atriz que representará a Roberta já tem todos os seus gestos e tom de voz definidos? Existe uma única maneira de levar um susto? O ritmo da fala, a entonação ou a expressão facial estão claras?
Evidentemente, qualquer texto, por mais detalhado que seja, não fornece todos os detalhes para a composição de uma personagem.
O trabalho de interpretação e de criação é o que fará com que esta descrição feita em palavras, torne-se alguém em movimento e fala.
Os procedimentos para a criação de um personagem são muitos e estão fundamentados em diferentes visões sobre o sentido e a função teatral. Eles podem partir de uma perspectiva mais psicológica, como propôs Stanislavski ou partir, essencialmente da ação, como propôs Eugênio Barba.
No próximo post falarei sobre uma proposta criada por Sérgio de Azevedo, baseada no trabalho do Eugênio Kusnet, que usa cartas em seu processo criativo.
Não tem momentos que você tem a sensação de que não tem ninguém dentro do corpo que está na tua frente? Ou até você, parece que abandonou teu corpo jogado em um sofá e ele não está dizendo mais nada?
Pois é, a brincadeira de hoje é de alterar teu corpo para um formato neutro e outro expressivo.
A primeira parte é conseguir ficar neutro. Você pode fazer isso estando em pé, sentado ou deitado.
O que importa é não expressar nenhuma emoção ou sensação!
Para isso, procure ficar com os músculos relaxados, mas não tão relaxados que você pareça uma maria-mole, porque aí você estará expressando muita preguiça!!! Fique com o corpo relaxado, mas mantendo um tônus que te permita manter-se ereto, caso você esteja em pé ou com o troco ereto e as pernas firmes, caso esteja sentado. Se estiver deitado, basta não estar esparramado pelo chão, mantenha o corpo acordado, mas sem tensões.
A brincadeira é trocar desta postura neutra para uma que expresse alguma emoção. Você pode fazer uma lista de emoções, tendo várias, como:
Raiva;
Carinho;
Medo;
Alegria;
Etc.
Se você estiver brincando com mais alguém, podem combinar que uma das pessoas irá falar quando é o momento de mudar e a outra faz, depois vocês trocam. Também podem usar um cronometro que dê um sinal a cada 10 ou 15 segundos e vocês vão trocando do neutro para o expressivo. O cronometro também pode ser usado quando você estiver brincando sozinho.
Essa brincadeira é muito legal para você aprender a controlar teu corpo e demonstrar suas emoções.