Diretor e ator: um trabalho colaborativo

Este post é continuação do último, no qual falo sobre o trabalho do diretor. Desta vez falarei sobre a ação do diretor no trabalho do ator.

Quando o diretor escuta o grupo sobre a escolha sobre o que apresentar e como apresentar, precisará escutar também sobre a definição dos personagens.

Esta questão não é muito simples, pois é comum que dentro de um grupo muitas pessoas queiram fazer o mesmo personagem e entendo que a melhor opção para esta situação é a experimentação de vários personagens por várias pessoas, em diferentes improvisações.

No caso de teatro-educação, precisamos ter em mente que nosso objetivo central é o aprendizado e a vivência teatral, o que certamente resultará em uma apresentação potente. Dessa maneira não vale a pena termos como preocupação central se a pessoa que irá representar um determinado personagem se parece fisicamente com ele ou ela.

Qualquer pessoa pode representar qualquer personagem, exatamente porque é uma representação e não uma tentativa de viver a realidade. Portanto a primeira preocupação a ser deixada de lado é a da semelhança física.

Foto de cottonbro no Pexels

Outro aspecto importante a ser considerado após a escolha dos personagens é o percurso para que esse personagem passe a existir.

A pergunta central de quem está dirigindo deve ser: quais as proposições que posso fazer para que estas pessoas encontrem a melhor maneira de representar estes personagens?

Existem muitos caminhos possíveis. Eu acredito que a improvisação é o mais potente dentre eles, já que possibilita a experimentação para se chegar a uma forma, que será sempre mutável, mesmo quando o espetáculo está pronto, ainda que em pequenas proporções.

Vale a pensa pensar em propostas que explorem os diferentes aspectos do trabalho do ator, tendo em vista:

  • Os gestos e movimentos do personagem
  • As expressões faciais
  • A fala, que engloba tanto a compreensão do texto, quanto a maneira de falar
  • A ocupação do espaço, que dialoga com o cenário e com os demais atores

O que compreendo como fundamental é a visão de que o diretor irá criar propostas para que os atores criem os personagens e irá dialogar com estas criações, dando seu ponto de vista, propondo novas soluções, integrando o trabalho de toda a equipe, mas não irá agir como se os atores fossem suas marionetes e como se a criação do personagem fosse atribuição do diretor, tendo o ator somente a função de colocar em prática aquilo que já foi criado.

O diretor é quem manda?

O título deste post é bem provocativo, mas é uma maneira de refletirmos sobre qual o papel do diretor teatral e especialmente do diretor de teatro na educação.

O primeiro aspecto a ser colocado em questão é sobre a escolha do que será apresentado. Esta escolha pode ser feita coletivamente, pode partir de propostas já realizadas previamente e com as crianças pequenas, pode partir de alguma brincadeira de faz-de-conta que tenha sido significativa e que o grupo queira compartilhar para um público.

Caso você avalie que teus alunos podem ampliar o repertório de possibilidades, uma boa maneira é oferecer diferentes sugestões de textos que poderão ser a base da apresentação. Talvez você tenha condições de fazer uma montagem teatral na qual poderão apresentar um texto na íntegra, sem adaptações e esta será uma ótima possibilidade de um contato mais próximo com o universo teatral, mas esta opção é pouco provável, já que as peças de teatro não são escritas com vistas a montagens escolares.

Seja qual for a tua situação, tenha em mente que o grupo precisa ter interesse e participar da escolha.

Foto de cottonbro no Pexels

O segundo aspecto da reflexão sobre o papel do diretor é sobre a maneira como a peça será montada, a escolha estética a ser feita sobre a montagem.

Para fazer esta escolha é muito bom ter repertório de possibilidades, isto é, ter algumas ideias sobre como esta peça pode ser apresentada e para isso é fundamental que o grupo já tenha ido ao teatro e na impossibilidade de ver peças teatrais, precisamos recorrer a filmagens e fotografias de peças teatrais, pois do contrário, a escolha será por fazer algo parecido com uma novela ou com um filme e teatro não é TV, nem cinema.

Dou um exemplo de possibilidades de uma montagem da história do “Chapeuzinho Vermelho”:

Primeira possibilidade – ser uma montagem o mais realista possível, com um cenário que reproduza a floresta e a casa da vovó, com figurinos e sonoplastia imitando os personagens e criando o som ambiente. Neste caso teu grupo de alunos será de poucas pessoas, já que a história tem somente 5 personagens.

Segunda possibilidade – ser uma montagem na qual todas as pessoas representem o espaço e os sentimentos da Chapeuzinho, assim teremos muitas árvores e plantas, mas também teremos um personagem que será o medo, outro que será o susto e outro que será a alegria de ver a vovó sair viva da barriga do lobo.

Terceira possibilidade – ser uma montagem que transporta a história para uma Chapeuzinho nos dias de hoje, morando em uma cidade grande e o lobo ser representado de forma simbólica por um assaltante. O cenário ser de projeções de imagens com uma iluminação e uma sonoplastia que remetam a uma cidade cheia de luzes e barulhos de trânsito.

Com certeza poderíamos pensar em muitas outras possibilidades de montagem, mas o que importa é fazer essa escolha junto com o grupo de alunos/atores e ajuda-los a compreender qual a opção estética que melhor se adequa aos interesses e as condições do grupo.

No próximo post falaremos sobre o papel do diretor/professor com relação ao trabalho do ator/aluno.

Teatro de bonecos

O teatro de bonecos é uma forma teatral que existe há muito tempo, no qual os bonecos que podem representar personagens humanos ou não são manipulados por um ator, que quase sempre não aparece.

O teatro de bonecos possuí diferentes técnicas de manipulação, assim como de confecção dos bonecos: fantoches, bonecos de vara, marionetes ou articulados.

O trabalho dos atores é o que fará o boneco ganhar vida, tanto pela movimentação de seus “corpos” com as características decorrentes das técnicas diversas, como pela interpretação na voz e na maneira de se expressar.

Cia Truks e Cia Pia Fraus

Muitos atores bonequeiros confeccionam seus bonecos, pela compreensão de que a criação dos personagens se dá no momento de confecção do boneco.

O tamanho dos bonecos também pode variar muito, sendo muitas vezes uma manipulação que ocorre em um palco recortado, em dimensões nas quais o boneco não é maior que o braço de um ator e outras vezes observamos bonecos grandes, algumas vezes bonecos de ar, que superam muito o tamanho humano.

Cenários criados pelos alunos

A criação de cenários pode ser compreendida como parte do processo de aprendizagem sobre o que é fazer teatro, além de ser um importante recurso de apreensão da cena a ser apresentada.

Maquete da última montagem da peça “A Revolta dos Brinquedos”, com texto e cenografia de Pernambuco de Oliveira

Quando imaginamos uma cena teatral, quase sempre imaginamos que ela aconteça em um determinado local e conversar sobre o que cada um imaginou e como este cenário pode ser feito é uma ótima maneira de que os alunos compreendam o papel do cenário na cena.

Para a criação de cenário pelos alunos é possível partir de diferentes abordagens:

  • Os espaços das cenas
  • Os materiais disponíveis
  • Os espaços das apresentações
  • O imaginário de cada aluno

Para pensarmos sobre os espaços das cenas é importante refletir sobre as dificuldades de mudança do cenário. Para isso você pode ler este outro post no qual eu falo sobre como mudar cenários.

Partir sobre os materiais disponíveis é uma maneira interessante de que os alunos possam pensar em como um determinado material poderá se transformar nos elementos do cenário que a peça pede.

             

Conforme o lugar onde será feita a apresentação, pode-se aproveitar os diferentes espaços dele. Por exemplo, caso a apresentação seja feita dentro da escola, será possível utilizar várias salas, um corredor, o pátio ou demais espaços existentes e fazer uma cena mutante, com a plateia se locomovendo. Caso seja feita em um teatro, também podem ser utilizados diferentes espaços, além do palco: as cadeiras da plateia, o corredor, a entrada do teatro. Neste caso o público pode ficar sentado, mas a cena se movimenta.

Partir da imaginação de cada aluno significa buscar dialogar com as diferentes imagens criadas por eles para que o cenário e o espaço onde a cena irá acontecer seja decorrente desta elaboração coletiva, mas que se utilizou das imagens individuais.

São inúmeras as possibilidades de criação de cenários, mas em todas elas é importante que ele faça parte da cena, de maneira integrada aos ensaios.

 

Aquecimento

As Olimpíadas de esportes sempre nos fazem ver atletas tomando cuidado para estarem com o corpo aquecido antes de uma competição.

Para que serve se aquecer?

Qualquer pessoa, seja atleta, ator ou dançarino precisa estar com o corpo aquecido antes de entrar em cena, pois do contrário poderá sofrer alguma contusão muscular. Os músculos funcionam melhor e reagem com maior elasticidade quando estão quentes e a maneira de deixa-los quentes é pelo movimento.

Foto de Blue Bird no Pexels

Mas o aquecimento é também um momento de concentração, é um momento de preparo para o que irá acontecer.

No caso de um grupo teatral, quase sempre vivenciamos este pré-espetáculo individual e coletivamente. Individualmente acontece tanto o preparo dos músculos e das articulações, como a construção da personagem, seja pela maquiagem ou figurino. Coletivamente são criados momentos de concentração, de entrarem todos na mesma energia, o que pode acontecer por meio de uma roda, de um canto, de uma dança conjunta ou de outras soluções decorrentes da história do grupo e do que faz sentido para ela.

 

Estabelecer esta prática de aquecimento é fundamental para o trabalho desde muito antes da apresentação e professoras e professores precisam ensinar isso aos seus alunos. É um aprendizado este olhar para si e para o grupo e se preparar para o trabalho conjunto.

Foto de Anastasia Shuraeva no Pexels

Eu gosto mais de fazer isso em roda, porque é um formato no qual cada um pode perceber as suas necessidades e também as necessidades dos outros.

O que é se expressar cenicamente?

Existem muitas maneiras de nos expressarmos. A expressão é parte da nossa construção pessoal e se constrói tendo como base a cultura na qual estamos inseridos. Nos expressamos quando falamos, quando escrevemos ou com caretas e gestos.

Foto de Samer Daboul no Pexels

A expressão humana ganha contornos mais específicos quando se aprofunda em uma linguagem e para que possamos compreender melhor as linguagens da arte, classificamos em três grandes grupos – as artes cênicas, as artes visuais e a música. A literatura é também uma linguagem, que abrange todo o campo da fala e da leitura/escrita.

Cada um destes grandes grupos tem inúmeras divisões e dentro das artes cênicas temos uma primeira grande divisão que é entre o teatro e a dança.

Para entendermos porque o teatro e a dança estão juntos no guarda-chuva das artes cênicas, podemos pensar que ambos são artes da cena e que o corpo é seu principal meio de criação.

E com a frase acima eu respondo o que é se expressar cenicamente, isto é, é uma forma de expressão que se estabelece em uma cena, que poderá acontecer em muitos lugares diferentes e formatos diversos. Para que esta diversidade fique clara, pense nas diferenças entre uma cena teatral que acontece na rua com um grupo mambembe e um espetáculo de balé clássico dentro de um teatro.

Foto de Nati no Pexels

As soluções encontradas pelas duas cenas de exemplo, seja com relação aos recursos que serão utilizados, seja com relação a maneira pela qual será estabelecido o diálogo com o público mudam enormemente, mas em ambos a forma de se expressar acontece em uma cena.

O fato de o corpo ser o principal meio de comunicação tampouco significa que a maneira de utilizar o corpo será parecida, já que podemos imaginar espetáculos de dança nas quais os corpos se movimentem freneticamente e uma cena teatral na qual os personagens não saiam do mesmo lugar, mas em ambos os casos o corpo é o principal campo de expressão.

Vale lembrar que a fala faz parte do corpo!

Iluminação com lanternas

Qual o papel da iluminação teatral?

Podemos pensar em vários, mas de maneira bem simplificada, pode-se dizer que é colocar luz naquilo que importa na cena.

Foto de Vaishnav Devadas no Pexels

E quem decide o que importa na cena?

Quase sempre quem decide é a companhia ou o/a diretor/diretora. Ao menos são eles que costumam decidir o que será iluminado e junto com a pessoa responsável pela iluminação, colocarão a luz naquilo que acharem necessário.

Mas para onde se destina o olhar do público, é cada pessoa que escolhe.

E se além de escolher para onde irá seu olhar, a pessoa puder escolher também qual cena ou pedaço de cena será iluminado?

A ideia de iluminar uma peça com lanternas surge desta perspectiva, de fazer a plateia participante nas escolhas sobre o que deve ser iluminado e o que deve ficar no escuro.

 

 

Foto de S Migaj no Pexels

Claro que para isso acontecer, a plateia precisa estar próxima da cena e ter uma lanterna na mão. Para quem faz apresentações teatrais em espaços escolares ou espaços que não são teatros, pode ser uma solução interessante seja pela proximidade com a cena, permitindo uma melhor audição da mesma, seja porque muitas vezes faltam equipamentos de iluminação.

E lanterna na mão, atualmente, todo mundo tem, mesmo que seja só a do celular!

A imaginação no teatro

Como eu imagino uma cena? Ou um personagem? Ou um cenário?

Por que é importante imaginar?

A imaginação é fundamental para vivermos, não apenas para fazer teatro. Imaginar é um processo mental que nos permite ir além do que somos e do que vivemos. Vigotsky, em seu livro “Imaginação e arte na infância” nos fala que “o cérebro não se limita a ser um órgão capaz de conservar ou reproduzir nossas experiências passadas, é também um órgão combinador, criador, capaz de reelaborar e criar com elementos de experiências passadas, novas regras e aproximações… É, precisamente, a atividade criadora do homem que o faz um ser projetado para o futuro, um ser que contribui para criar e que modifica seu presente.”

Imaginar é uma maneira de estarmos em transformação, por isso é uma ação fundamental em todos os aspectos da vida e não somente no fazer teatral.

Mas claro que para fazer teatro é necessário imaginarmos e como imaginamos?

Vou me deter na imaginação de um personagem que seja de uma criação coletiva e não de um personagem já definido por um autor.

Foto da atriz Louise Brooks, por volta de 1929. Fonte: Library of Congress.

Para imaginar este personagem partirei sempre do meu repertório pessoal. Uma boa maneira de entender o que significa isso é pensar que se eu quero imaginar uma artista dos anos de 1920 que vivia em Paris, eu partirei de algumas suposições e algumas informações. Para isto tenho que saber:

  • Como é uma mulher?
  • Qual a idade desta mulher?
  • Sei que ela é artista, mas é pintora, bailarina, atriz, cantora…?
  • É uma artista rica ou pobre?

 

 

 

 

Estas primeiras perguntas poderiam ser feitas para qualquer personagem de qualquer época e lugar, mas preciso saber mais informações para poder imaginar esta personagem que vive nos anos de 1920, em Paris:

  • O que acontecia no mundo das artes em Paris nos anos 1920?
  • Como se vestiam as mulheres desta época?
  • Como falavam? Sobre quais assuntos?
  • Quais lugares frequentavam?
  • Como se divertiam?

Sempre imaginamos partindo do nosso repertório e por isso é tão importante ampliarmos nosso repertório, não apenas para termos mais conhecimentos que nos levem a compreender melhor nosso passado e nosso presente, mas para podermos imaginar nosso futuro. E também nossos personagens!!!

Se você ficou com vontade de conhecer mais sobre esta época, poderá ver um filme muito divertido que se chama “Meia Noite em Paris” dirigido por Woody Allen e também as pinturas de várias artistas desta fase, como Berthe Morisot e Céline Marie Tabary.

Teatro de sombras

Acredita-se que o teatro de sombras surgiu ainda quando os seres humanos viviam nas cavernas, com suas sombras projetadas pelo fogo que os aquecia. Possivelmente uma das primeiras formas teatrais, a sombra nos acompanha permanentemente, sempre que uma luz incide nos nossos corpos.

Brincar com as sombras é algo permanente no cotidiano de muita gente, esteja ou não fazendo teatro. A exploração da própria sombra permite que qualquer pessoa conheça mais sobre seu corpo. Esta experimentação faz com que ela explore diferentes movimentos e gestos corporais, muitas vezes ampliando seu repertório de possibilidades, por estar “escondido” pela sombra, o que é um recurso positivo para quem que tem muita vergonha em expor seu corpo perante o grupo.

As formas teatrais se modificaram muito no decorrer do tempo e da história do teatro, do uso de bonecos recortados, com varetas de manipulação, temos hoje diferentes soluções de projeção dos corpos e de transparências que possibilitam narrativas diversas.

Seja qual for a solução a ser utilizada, a sombra nos coloca diante do mistério e incluir o mistério em nossas criações é algo necessário para sabermos que o desconhecido faz sempre parte do criativo.

Para conhecer mais sobre esta linguagem, você pode acessar o Clube da Sombra neste link ou conhecer o Grupo Fios de Sombra.

Maquiagem teatral para crianças

Criança deve usar maquiagem?

Esta resposta não é simples, afinal crianças tem muitas idades e são diferentes entre si, assim como os adultos.

É muito importante ter em mente que a maioria das maquiagens são feitas com produtos químicos que podem ser danosos para a pele e para a saúde de crianças e quanto menores, pior o efeito.

Então a primeira resposta para esta pergunta é, só devem usar alguma maquiagem as crianças que tem certeza de não ter nenhuma reação alérgica.

Outro aspecto a ser considerado é a razão pela qual a maquiagem poderá ser utilizada.

Neste caso, vou elencar três possibilidades:

A primeira é a maquiagem como função embelezadora, bastante usada por mulheres adultas. Neste caso, entendo ser desnecessário o uso da maquiagem, já que é improvável que uma criança precise disfarçar uma ruga ou uma pela machucada pelo tempo. Outro motivo para o não uso com esta função é o fato de não adultizarmos as crianças. Crianças não precisam ter cílios alongados ou um blush para ficar rosadas. Quase sempre elas são rosadas! E não há motivo para utilizarmos maquiagens que deixem seus rostos parecidos com o de adultos.

A segunda função é de transformação em personagens, isto é, maquiagens que busquem modificar o rosto para parecer alguém diferente da criança, como um animal, uma pessoa velha, um elemento da natureza, como uma árvore ou uma pedra. A maquiagem neste caso pode ser um grande aliado na criação de personagens e poderá ajudar a criança em uma encenação.

A terceira função é de exploração do próprio rosto, possivelmente utilizado em jogos exploratórios, quando a criança pode perceber como a intervenção de uma maquiagem pode transformar o rosto e as expressões feitas. Este trabalho com a maquiagem pode ser usado na construção de um personagem ou apenas como um exercício cênico.

A maquiagem é um recurso que oferece muitas possibilidades e vale a pena ser explorado. Para as peles mais sensíveis e os bebês, uma opção é o uso de tintas feitas com alimentos, pois estas são menos agressivas e permitem a exploração pelos pequenos que costumam levar tudo à boca.