Assisti “A Pane” no SESC Jundiaí no começo de outubro e, embora o elenco já fosse promissor, a peça me surpreendeu positivamente.
“Uma comédia sobre a justiça. Hóspede inesperado se transforma em réu de um jogo em que juiz, promotor, advogado e carrasco aposentados revivem suas profissões. Uma fábula que fala dos nossos dias.”
Uma situação surreal que vai mostrando diferentes facetas sobre a justiça e sobre os desejos humanos. As mudanças vividas por todos os personagens, mas especialmente pelo Traps, hóspede que se propõe a participar deste julgamento e que vai se transformando e acreditando nas diferentes versões dele mesmo, apresentadas no decorrer do processo.
Esta situação surreal retrata as inúmeras possibilidades de manipulação da justiça em suas leituras da realidade.
Além do texto genial, a proposta de encenação é linda, com cenário de Anne Cerrutti e luz de Wagner Pinto que dialogam com a direção, encontrando a condição desejada de integração na qual a cena se beneficia.
Os atores se movimentam em uma coreografia bem desenhada, sem que se torne robótica, aliás nada mais humano do que a escolha de um dos atores atuar também como ponto, sendo a memória necessária para vermos em cena tantos bons atores poderem oferecer o melhor de si.
Não encontrei a previsão das próximas apresentações, mas você pode acompanhar o trabalho seguindo o grupo no Instagram: @paneteatro. Se puder, assista!
Texto: Friedrich Dürrenmatt.
Com: Antonio Petrin, Cesar Baccan, Heitor Goldflus, Marcelo Ullmann, Oswaldo Mendes e Roberto Ascar.
Direção: Malú Bazán.
Foto: Rogerio Alves.
As imagens deste post foram retiradas do instagram do grupo